A Virgem e Menino com Santa Ana- Leonardo da Vinci

Às mães

Às mães, em tempos de pandemia.
O mundo está mudado, estremecido, vivendo a pandemia e seus efeitos em cada pessoa. As potências de cada um testadas pelo vírus e seu rastro. O planeta se recolhe, em resguardo. No dia de hoje, dia das Mães, passaremos a data comemorativa de forma estranha, pouco familiar.

Teremos mães próximas e mães afastadas de seus filhos.

Teremos mães que outrora protegeram seus filhos com cuidado e presença, e hoje estarão sendo protegidas por eles –pela ausência. Faremos vídeo-chamadas de tele-amor.
O que é isso de ser mãe em dias assim? Não há manual para esse mundo

de extremos e urgências, assim como não há para ser a mãe de um bebê.

Mães são guerreiras falíveis, e carregam muito cansaço e solidão por trás das mais sorridentes fotos estampadas nas redes sociais.
Mas há também o milagre de ser mãe – a mãe que se pode ser. A sua força a brotar sabe-se lá de onde, a serenar as angústias e aliviar dores desse estranho tempo atual.
A mãe a apertar firme no colo seu filho pequeno, quando ele chora temendo o vírus que ronda as ruas, estando ela mesma, igualmente, assustada.
Você se lembra, mãe? Nada parecia indicar que aquelas noites em claro terminariam e, no entanto, elas passam, e vem o dia e a luz, e algo se modifica e melhora.
Como na quarentena da mãe recém-parida, assim o mundo hoje pede um tempo próprio, um movimento diferente. Pede paciência e calma – como um colo cuidadoso da mãe num choro mais demorado do bebê.

A Virgem e Menino com Santa Ana- Leonardo da Vinci
A Virgem e o menino com Santa Ana- Leonardo da Vinci.

Nesta bela cena, Ana dá colo a Maria

para que possa inclinar-se e trocar olhares com o menino Jesus. Uma representação do holding ( apoio) de que a mãe precisa para poder bem cuidar de seu filho.